Texto: Flávio Azevedo
Fotos: Internet/Facebook
Lucas Madureira (E) e Daniel Alvarenga são os grandes vencedores do Cine Riba 2012. |
A terceira edição do Cine Riba, evento que já se tornou tradicional em Rio Bonito, aconteceu na Sociedade Musical e Dramática Riobonitense (SMDRB) entre os dias 8 e 10 de novembro. Dos 33 filmes que foram inscritos para disputar o “Troféu Mariola”, três se destacaram: “O Monstro” (com sete prêmios), “A Dívida”, de Daniel Alvarenga (Prêmio de Melhor Montagem e Melhor Ator); e “Para Sempre Mãe”, de Lucas Madureira (Prêmio de Melhor Documentário e Prêmio Especial do Júri).
– Nós ficamos felizes de podermos divulgar a Cultura local, que é a proposta do Ponto de Cultura. Ou seja, nós estamos conseguindo alcançar o nosso objetivo que é colaborar com o desenvolvimento de atividades audiovisuais e também desenvolver atividades que resgatem a Sociedade Musical e Dramática Riobonitense, uma instituição centenária – destacou a vice-presidente SMDRB, Renata mansour.
Outro destaque da vice-presidente foi o público do festival, formado basicamente por estudantes (cerca de 500). “Foram apresentados nesses três dias, filmes que esses jovens e adolescentes não estão acostumados a assistir nem TV, nem no cinema. Contamos com produções específicas, premiadas, bastante recomendadas e não chatas”, disse Renata, que também responde pelo Ponto de Cultura de Rio Bonito.
Na quinta-feira aconteceram quatro sessões escolares e a primeira mostra competitiva. Também foram apresentados os filmes vencedores dos anos anteriores e aqueles que estavam concorrendo. Roteiro semelhante aconteceu na sexta-feira. “No sábado foi apresentado um panorama de coisas que está acontecendo em Rio Bonito e nós conseguimos reunir um grupo de cineastas que apresentaram esse panorama. Em seguida, nós passamos para os filmes indicados pelo júri”, contou Renata.
Atenção para o setor
A vice-presidente da Sociedade Musical e Dramática Riobonitense, Renata Mansour. |
Sobre os estímulos necessários para que os jovens participem com mais força dos próximos festivais, Renata afirma ser uma batalha difícil trazer as pessoas para os eventos culturais e lembra que poucos projetos em Rio Bonito conseguem público e visibilidade, “porque, sobretudo em cidades de menor porte, durante muito tempo esse setor ficou abandonado”.
– Ficamos satisfeitos de poder trazer alunos e professores para o nosso meio. Para gostar de Cultura as pessoas precisam ser apresentadas a eventos culturais. A cidade conta com eventos teatrais, musicais, mas ainda é pouco. Acredito que falta união. As pessoas precisam se reunir, discutir, traçar metas e pensar políticas públicas para o setor. Também acho que falta estratégia, mas vejo um movimento efervescente na cidade e pessoas que estão pensando e refletindo sobre isso – analisa Renata, reiterando que o primeiro desafio é a formação de platéia.
Para fortalecer o setor, a Sociedade Musical e Dramática Riobonitense oferece oficinas de Audiovisual, Produção, Fotografia, Teatro. “Já estamos encerrando o ano, mas estaremos de volta no próximo ano, a partir de março. Entretanto, tudo isso ainda é muito pouco”, ponderou Renata, que insiste na necessidade da união entre artistas, produtores de arte e poder público para o fortalecimento do setor.
– O poder público precisa se preocupar, estimular, divulgar e fortalecer essa área. Por outro lado, quem transita no setor precisa discutir metas. Para formação do cidadão, a escola só não basta. É preciso incentivar a reflexão. Não podemos ter só balada, porque precisamos refletir, pensar e observar – frisou Renata.
Expectativas
Vencedores do Cine Riba (no alto, à esquerda) e organizadores do evento. |
Sobre o novo governo, a vice-diretora da Sociedade Musical e Dramática Riobonitense volta a falar de união, da implantação de instrumentos como a Fundação Municipal de Cultura e da criação do Conselho Municipal de Cultura.
– A nossa entidade (SMDRB) estava sem direcionamento, objetivo e estamos tentando restabelecê-la física e simbolicamente. Acredito que a necessidade de se unir os envolvidos na Cultura deve ser o norte do próximo governo, de quem nós esperamos mais carinho, porque temos uma série de questões burocráticas que estão emperrando o nosso desenvolvimento – revelou Renata, lembrando que instrumentos como Fundação e Conselho Municipal de Cultura são exigências dos governos, estadual e federal, para se obter recursos.
Questionada sobre o que pensar diante da criação de uma Secretaria Municipal de Cultura, iniciativa muito cobrada, sobretudo por aqueles que transitam no setor, Renata comenta que isso é uma necessidade quase óbvia. “Agora nós teremos uma porta para bater. Além disso, a Cultura saindo da Secretaria de Educação significa que nós teremos o olhar do secretário direcionado unicamente para a Cultura”, pondera Renata, afirmando que o próximo secretário precisa ter um olhar generoso, agregador, deve reconhecer a natural competição do setor e mostrar sempre que ninguém faz nada sozinho.
A direção da Sociedade Musical e Dramática Riobonitense é composta por Cristina Melo (Presidência), Renata Mansour (Vice), Bruna Barbosa (Secretaria), João Gabriel Balbi (Tesouraria), Paulo Balardi (Patrimônio), Flávio Rodrigues (Assessoria de Imprensa) e Rafael Lopes (Coordenação de Tecnologia). A entidade também possui um Conselho que é formado por Mauro Prevot, Maríssimo Martins e Flávio Migliaccio.
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