Flávio Azevedo
O vereador Luciano Lúcio discursando na tribuna da Câmara de Tanguá. |
Numa série de entrevistas que o jornal “O TEMPO” vai fazer com vereadores eleitos de Tanguá, a nossa reportagem ouviu nessa edição, o parlamentar Luciano Lúcio Natalino (PSDB), eleito nas eleições do último dia 7 de outubro com 581 votos. O parlamentar vai exercer o seu terceiro mandato e tem vasta experiência na vida pública. Ele já foi secretário de governo, candidato a prefeito de Tanguá, assessor parlamentar “tudo isso por conta da impetuosidade da juventude”, acredita o próprio Luciano, que aos 40 anos é casado e tem um filho.
Para o vereador, a nominata montada por ele para disputar as eleições poderia ter elegido três parlamentares, “mas infelizmente isso não aconteceu, só fizemos dois”. Ele se orgulha de ter feito uma campanha baseada em propostas, o que, segundo ele, “é muito difícil numa cidade carente como Tanguá”.
– Boa parte do povo tanguaense ainda pensa o vereador como um assistente social. Como alguém que deve ajudá-lo com benefícios individuais e oferecendo algum tipo de assistência. Sendo assim, ser vereador defendendo setores e propostas, em algumas ocasiões, faz com que você não seja reconhecido por alguns – disse o vereador, que tomou um susto no início de setembro ao sofrer um infarto, mas garante estar recuperado.
Sobre as desavenças ocorridas no parlamento tanguaense, onde todos os vereadores ficaram contra o presidente Paulo do Correio (PTB), fato muito criticado pela população, o vereador afirma que o ocorrido deixou lições.
– O vereador precisa ter postura e eu afirmo que o Poder Judiciário faltou com o respeito com o poder Legislativo. Eu era o único vereador que dialogava com o presidente Paulo, mas apesar dos avisos ele excedeu todos os limites, foi ditador e o Poder Judiciário foi conivente porque não agiu. Por outro lado, isso aconteceu porque faltou postura da nossa parte. O vereador precisa se preparar mais para exercer a função, esquecer a política de varejo e entender o funcionamento da Casa – ponderou.
Eleito no palanque de Rodrigo Medeiros (PP), candidato derrotado pelo prefeito eleito Válber Marcelo (PTB), Luciano Lúcio também falou sobre a sua expectativa para a nova administração. “Eu sempre falei que Válber precisava se preparar para ser prefeito. Os mecanismos de controle são muitos, a política tem mudado, mas ele tem me surpreendido. O que eu entendo hoje é que a população escolheu Válber para ser prefeito e me escolheu para fiscalizar essa nova gestão. O meu partido não vai migrar para a base do governo, mas também não é nossa intenção perseguir o novo prefeito, porque o município precisa realmente de poderes independentes, mas que sejam harmônicos”, afirmou.
Questionado sobre esse eleitor que alimenta expectativas equivocadas quando se aproxima do político (benefícios pessoais), o vereador afirma que a culpa pode ser atribuída a vários atores que estão inseridos nesse processo. “Os partidos políticos são os principais culpados e isso precisa mudar. As pessoas não são preparadas para assumir cargos tão importantes e os partidos não têm essa preocupação”.
– Para ser Conselheiro Tutelar é preciso estudar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), fazer uma prova e conseguir acertar 51%. Não estou falando de diploma, mas de treinamento e informações básicas. Seria importante exigir o mínimo de conhecimento das instituições, dos poderes, do Regimento Interno da Câmara e da Lei Orgânica do município. Sendo assim, os candidatos fazem campanha gerando expectativas que não poderão cumprir. Mas o eleitorado está amadurecendo, tem votado de forma diferente e se o voto tem sido dado a quem marcou o exame é porque essa é a expectativa do eleitor que também precisa ser orientado – concluiu.
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