Por Flávio Azevedo
A fachada da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) |
Com a implantação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no último dia 24 de setembro, Rio Bonito ganhou um reforço importante para a Saúde do município e da região. Contudo, boa parte da população demonstra preocupação com o futuro do Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV), unidade que ao longo dos últimos 60 anos tem sido referência de socorro e atendimento médico na região. Segundo informações oferecidas pela diretoria do hospital, no Pronto Socorro da unidade, passavam mensalmente, cerca de 8 mil pessoas, sendo cerca de 300 atendimentos diários e 100 mil anuais.
Com o objetivo de abordar este tema e esclarecer outros questionamentos, o programa “O Tempo em Rio Bonito” recebeu no último dia 3 de outubro, o presidente do HRDV, Luis Gustavo Siqueira Martins, que trouxe esclarecimentos importantes sobre o futuro do HRDV que pare ele passa por um momento impar da sua história.
O presidente do HRDV Luis Gustavo Martins |
O presidente do HRDV voltou dizer que “a saída do setor de emergência era além de um antigo sonho, uma necessidade” para que a instituição pudesse alcançar um padrão melhor de qualidade.
– Quando assumimos a direção do hospital, nós fizemos estudos e detectamos que por uma série de fatores, era preciso tirar esse serviço (Pronto Socorro) do corpo do hospital. Em 2007, a ideia foi discutida com o prefeito José Luiz Antunes. Quando foi confirmado que Rio Bonito seria contemplado com uma UPA, nós percebemos que o nosso projeto estava perto de ser concretizado – disse.
Ainda segundo o presidente, ao longo dos últimos meses a diretoria do HRDV tem feito estudos para detectar o impacto do serviço de emergência nas contas do hospital. “Como o contrato com a Prefeitura terminaria no último dia 30 de setembro, ele foi ampliado por mais um mês – até 31 de outubro – para que o serviço fosse migrando de forma gradativa para a UPA, que está muito bem preparada para atender a população”, analisou Gustavo, informando que na primeira semana de funcionamento da UPA o número de atendimentos na emergência do HRDV, diminuiu, diariamente, cerca de 30%.
Sobre o pensamento de que o hospital não sobrevive sem a emergência, Gustavo afirma que “tem gente que não calcula o custeio do setor com medicamentos, profissionais, entre outras despesas”.
UPA não atende tudo
O presidente do hospital afirmou que os serviços de obstetrícia (gestantes), a cirurgia emergencial (apendicites, baleados, esfaqueados) e os pacientes ortopédicos (fraturas) continuam sendo atendidos na emergência do HRDV. “Caso esses pacientes sejam encaminhados para a UPA, não tem problema, porque a unidade dispõe de aparelhamento e pessoal preparado para este acolhimento. O atendimento emergencial será dado e o paciente será encaminhado para um hospital, que no caso, dependendo da necessidade, será o HRDV”.
CTI
A inauguração do Centro de Terapia Intensiva (CTI), que está em fase final, segundo Gustavo, deve acontecer em cerca de 30 dias. Ele comenta que pequenos detalhes podem atrasar a conclusão das obras, “mas já estamos praticamente com tudo pronto”.
Ainda segundo Gustavo, o CTI terá sete leitos, sendo, cinco deles, credenciados ao Serviço Único de Saúde (SUS), que faz uma série de exigências para fechar este convênio. “Esses detalhes que nós estamos acertando são exigidos pelo estado. Mas nós recebemos a visita da supervisora responsável por esta análise e ela se mostrou muito satisfeita com o que viu”.
Durante a entrevista, o presidente do HRDV ressaltou a importância do CTI para agregar valor à instituição. “Não é só a UTI que é importante, mas os procedimentos médicos que poderão ser realizados no hospital que agora conta com um CTI. Nós teremos suporte para cuidar de pacientes de alta complexidade, além de outros atendimentos”.
Centro de Oncologia
A expectativa da diretoria do HRDV de transformar o hospital numa unidade de referência para pacientes de alta complexidade, já está acontecendo antes do esperado. De acordo com o presidente, um convênio entre o HRDV e a Onko Sol, uma empresa de referência, que presta serviços de oncologia ao Hospital Santa Isabel, em Cabo Frio, já foi celebrado e vai atender os pacientes acometidos de câncer nas salas onde funcionava o ambulatório Romário Muniz.
O presidente deixa claro que “até agora, a Unidade de Assistência de Alta Complexidade (Unacom) não recebeu nenhum investimento público.
– Cem por cento dos recursos empregados até agora é proveniente do HRDV e da Onko Sol. O estado, que entra com o financiamento depois que o serviço começar a ser oferecido, não participa desta primeira fase. Por isso, nós podemos afirmar que a iniciativa privada é quem está possibilitando ao estado um instrumento para oferecer melhor atendimento à população – destacou.
Ainda segundo o presidente, além do SUS, pacientes particulares e conveniados também serão atendidos no Unacom, que num primeiro momento só oferecerá serviços cirúrgicos, ambulatoriais e quimioterápicos. “A radioterapia, por ser um serviço muito dispendioso será implantado numa ocasião futura, mas já estamos tentando, junto ao secretário estadual de Saúde, Sérgio Cortes, o financiamento deste serviço”, concluiu.
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