Por Evaldo Peclat Nascimento
Leir Moraes(D), emocionado, acompanha a declamação da poesia “In Memorian”, feita pela poetisa Carminha Cordeiro. |
A entrega, através do livreiro Carlos Mônaco, de um certificado de reconhecimento assinado por representantes de todas as entidades literárias do Estado, assim como declamação de poesias, interpretação de músicas e vários discursos, marcaram as homenagens ao escritor, poeta, advogado e jornalista, Leir Moraes, durante o lançamento do livro de B. Lopes, da escritora Liane Arêas, publicado pela Editora Nitpress. O evento foi realizado no Centro Cultural da Câmara de Dirigentes Lojistas (CCCDL) de Rio Bonito, na última sexta-feira (22).
Leir recebendo o certificado. |
O lançamento do livro fez parte do Projeto “Encontros com a Literatura Fluminense”, que a Nitpress lançou recentemente com o objetivo de valorizar a produção literária do antigo Estado do Rio de Janeiro, republicando obras de autores que já não são publicadas há muito tempo.
O quadro com a foto de Anita de Souza Moraes, sua projenitora, emocionou Leir Moraes. |
Entre as muitas homenagens direcionadas a Leir Moraes, uma das que mais emocionou o poeta foi feita pela diretora da escola que tem o nome da mãe do homenageado (Anita de Souza Moraes). Ela entregou nas mãos de Leir, uma fotografia restaurada da sua mãe. Já a poetisa Maria do Carmo Soares Cordeiro, Carminha Cordeiro, declamou a poesia “In Memorian”, de Leir; o professor André Luiz declamou o poema “Mãe”, que o escritor fez em exaltação à sua progenitora.
Mauro Prevot e Leir |
Conhecido pelo seu saudosismo, Leir Moraes não conseguiu conter as lágrimas quando ouviu letras, que apesar de serem de sua autoria, são carregadas de emoção, lembranças e história que representam, no seu contexto, etapas da vida do poeta. Mas os momentos de choro e emoção não pararam por aí, porque Mauro Prevô e Luiz Muniz, numa homenagem do Grupo Lua Branca, interpretaram “Rio Bonito, Meu Amor”, canção com letra de Leir e música do saudoso Zé Ketti. O poeta não se conteve e cantou junto com Prevot.
A Secretária Ana Maria Figueiredo leu um trecho do discurso que Leir fizera quando de sua posse na Academia Niteroiense de Letras, em 25 de outubro de 1974. Apresentou, ainda, um soneto de sua autoria intitulado “Berço de Exaltação à B. Lopes” que dedicou a Leir. Ela também lhe ofertou uma placa comemorativa com o epíteto “Leir Moraes, o poeta de Rio Bonito”, que foi entregue pelo vice-prefeito Matheus Neto.
Depois de ter o seu extenso currículo apresentado minuciosamente pelo presidente do Grupo Mônaco de Cultura, Carlos Mônaco, o poeta foi sucinto: “só posso agradecer a todos pela homenagem. Não tenho e nem posso falar nada numa hora dessas. Vocês estão querendo me matar!”, declarou com a voz embargada e com os olhos marejados de lágrimas.
A secretária Ana Maria Figueiredo e Leir Moares |
O currículo de Leir
Nascido em 4 de outubro de 1935, na Fazenda da Prainha, em Rio Bonito, Leir é filho de Anita de Souza Moraes e Gentil Viera de Moraes. Conhecido no Brasil e no exterior, Leir é jornalista, poeta, escritor e advogado, exerceu, no Serviço Público, os cargos de diretor de divulgação e diretor geral da extinta Agência Fluminense de Informações, de chefe de gabinete do secretário de administração do Estado do Rio de Janeiro (1975), de secretário de administração da Prefeitura de Niterói/RJ (1983/88) e de chefe de gabinete da Prefeitura de Rio Bonito (1993).
Representou o estado do Rio de Janeiro, na qualidade de conferencista, no II Simpósio Internacional de Comunicação Governamental, realizado em Recife/PE, em abril de 1973.
No Jornalismo, em Rio Bonito, participou da fundação dos jornais Juventus, Renovação, Jornal de Rio Bonito, A Montanha e Baixada Fluminense.
Colaborou nas revistas Guanabara Fluminense, Vida Fluminense, A Gaivota, nos jornais, Diário do Povo, Diário do Comércio, A Tribuna, Praia Grande em Revista, Momento Fluminense, Correio Fluminense, nas edições estaduais do Jornal do Brasil e Última Hora e no jornal radiofônico Grande Jornal Fluminense.
Foi editor político dos jornais radiofônicos Perspectivas Fluminenses (Rádio Metropolitana), Jornal da Manhã (Rádio Eldorado) e Jornal da Noite (Rádio Rio de Janeiro). Dirigiu os jornais Baixada Fluminense, Renovação, Gazeta de Rio Bonito e Folha Fluminense.
Foi considerada, no Estado do Rio de Janeiro, o jornalista do ano de sesquicentenário da Independência do Brasil, em pesquisa realizada pela Revista Bancária.
O vice-prefeito Matheus Neto entregou à Leir a placa que homenageou o poeta. |
Além de pertencer às Academias, Niteroiense e Fluminense, de Letras, é membro das Academias Brasileira de Literatura, Internacional de Letras Três Fronteiras (Brasil, Argentina e Uruguai), Internacional de Ciências Humanísticas, Uruguaiana, Friburguense, Bonjesuense, Trirriense e Itaboraiense de Letras. Também pertence a União Brasileira de Trovadores e Cenáculo Fluminense de História e Letras.
Co-fundador da Associação Niteroiense de Escritores. Possui os títulos de Cidadão Honorário de Niterói e de Cidadão Silvajardinense. É detentor das medalhas José Clemente Pereira, Jubileu de Ouro da Academia Niteroiense de Letras e Humbelino Silva, da Ordem do Mérito Araribóia e de diplomas e medalhas conferidos pela Liga de Defesa Nacional e Tribunal de Contas do antigo Estado do Rio de Janeiro.
Em 1968, foi considerado pelo Departamento de Difusão Cultural da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro o melhor poeta fluminense, título que voltou a receber no ano seguinte, em concurso realizado pela revista A Gaivota.
Suas obras: Sonetos, Nas grades do destino, Nos braços do passado, Breves cantigas, Céu apagado, Bola de gude, Nada mais, Corriola, Contos da casa apagada e Pé-de-moleque.
Colaborou: Flávio Azevedo
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