A troca de acusações entre os candidatos deu o tom do debate |
Logo na primeira pergunta que fez a Serra, Dilma se queixou do que chamou de “campanha de calúnias, mentiras e difamações”, supostamente orquestrada pelo candidato a vice de seu oponente, Indio da Costa.
“Vocês confundem sempre verdade e matérias de jornal com coisas orquestradas”, rebateu Serra, que afirmou, então, pela primeira vez no debate, que Dilma tem “duas caras” em temas como a defesa do aborto e religião.
O tucano também fez questão de lembrar as denúncias de corrupção contra a ex-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra. Quando mencionou a sucessora de Dilma, Serra sempre lembrava que ela foi “braço direito” da candidata. Dilma respondeu dizendo que Serra era “mil caras” e que criou lei para legalização do aborto. O adversário ironizou, lembrando que a lei é de 1940 e que ele, próprio, nasceu em 1942 e explicou que o que fez foi regulamentar o que já existia.
Serra citou os 11 arrastões no Rio de semana passada e a segurança precária na Bahia para atacar a política de segurança do atual governo e sugeriu a criação do Ministério da Segurança. Dilma se defendeu falando das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
No segundo bloco, Dilma acusou repetidas vezes aliados de Serra de defenderem a privatização do Pré-Sal e recordou a privatização da Vale do Rio Doce.
O clima começou a ficar quente bem antes do debate. Em visita à 29ª Bienal de Arte de São Paulo, Dilma afirmou que foi vítima de preconceito durante a campanha e que recebeu acusações que lembraram a Guerra Fria, referindo-se a uma declaração da mulher de Serra, Mônica Serra, durante campanha no Rio no dia 14 de setembro. A polêmica voltou ao debate, à noite, quando Dilma citou a mulher do candidato mais de uma vez: “Sua mulher me acusou de ser a favor de morte de criancinhas.”
Reportagem de Cristiano Campos e João Ricardo Gonçalves
Nenhum comentário:
Postar um comentário