quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Editorial da 8ª Edição - Bola cheia e bola murcha!

Por Flávio Azevedo

Nas eleições municipais de 2008, o prefeito José Luiz Antunes (DEM) conseguiu chegar ao seu terceiro mandato através de três ferramentas importantes: trabalho de marketing (muito eficiente), um conjunto de pesquisas – elas mapearam o desejo e as intenções de voto dos munícipes – e os slogans e frases de efeito como: “deixa o homem trabalhar”, “bola cheia e bola murcha”, e “quem compara vota!”. Associadas a uma oposição incompetente e amadora, estas estratégias tornaram a dupla, José Luiz e Matheus Neto, imbatível.
O chefe do Executivo, que não tem nada de bobo – trouxa é quem pensa que ele é bobo –, junto dos seus correligionários espalhou a notícia de que tudo que dava errado em Rio Bonito era por culpa dos vereadores. Naquele ano, por exemplo, o Fluminense perdeu a Copa Libertadores. Sabe, que às vezes, nós ainda ficamos com a impressão que os reais culpados daquela derrota foram os vereadores!
Bem, o prefeito tinha razão? Não exatamente. Ele estava errado? Também não temos certeza. O que podemos garantir é que embora as eleições municipais sejam em 2012, a disputa já começou, e tudo caminha para que os mesmos slogans e frases de efeito voltem a ser usados, e detalhe: com resultado semelhante ao de 2008.
Pensamos isso por duas razões: primeiro, que a oposição, como acontece em Brasília é incompetente, teatral, interesseira, preguiçosa, fisiológica e sem ideologia. Aliás, como acontece no governo estadual e federal, a oposição não sabe o que é partido, muito menos o sentido de coletividade. Como os eleitores que trocam o voto por tijolos, areia e cimento, eles só vislumbram as benesses individuais.
Visualizamos esse cenário na sessão do Legislativo, no último dia 26 de outubro, quando cinco parlamentares votaram contra a criação do cargo de Agentes de Trânsito, uma função que daria melhor ordenamento à cidade, sobretudo nos horários de pico.
Mas esses senhores, e senhora, não cometem apenas equívocos. Na semana anterior, acertadamente, aprovaram a lei que criou o “Dia Municipal da Cultura”. A ideia foi do vereador Fernando Soares (PMN), que escolheu esta data em homenagem ao poeta, escritor, advogado e jornalista, Leir Moraes, aniversariante deste dia.
Mas afinal, qual é a Câmara Municipal de Rio Bonito? Aquela que rejeita uma mensagem vital para o ordenamento do trânsito, com a desculpa que “muita gente de bem” fazia pressão para que a mensagem fosse rejeitada, ou aquela que cria uma Lei tão significativa para a Cultura de Rio Bonito? Aliás, foi aqui em nossa cidade que alguém que pensa ser esperto transformou, nos fins dos anos 90, a Secretaria de Cultura em Departamento da Secretaria de Educação.
Enquanto isso, lá no Segundo Distrito, em Boa Esperança, a histórica casa onde a princesa Isabel pernoitou, em 12 de julho de 1868, está caindo e ninguém toma providências para manter de pé, um pilar da história riobonitense.  
Amigo leitor, qual a Câmara Municipal que você quer para o próximo biênio? Aquela que cria um dispositivo importante para fiscalizar licitações – que não é respeitado, mas quem deveria fiscalizar não faz – ou aquela que promulga a lei do desconto em churrascaria para pessoas que fizeram cirurgia bariátrica (redução de estômago)?
Você gostaria de ver uma casa Legislativa que, com razão, critica a morosidade e letargia do Executivo, que manda mensagens com atraso à Câmara, ou aquele Legislativo que abre CPI, mas no fim das investigações (se é que elas aconteceram) não apresenta um relatório satisfatório? (Você conhece alguém que foi chamado para depor nestas CPIs?).
Imagino que tem um número significativo de pessoas que estão torcendo o nariz para estas reflexões. Contudo, a postura risível dos grupos de oposição em Rio Bonito nos dá a impressão que o slogan “deixa o homem trabalhar” está voltando com força. Apesar de não estar com a “bola cheia”, é provável que o governo seja vitorioso por um único motivo: os adversários são os mesmos “bolas murchas”!

Nenhum comentário:

Postar um comentário