quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Pág. 5 - Urnas riobonitenses trazem recado do eleitor para a administração municipal

Por Flávio Azevedo

Quem irá administrar a cidade de Rio Bonito em 2012?
O fraco desempenho dos candidatos apoiados pelos representantes da Prefeitura de Rio Bonito, podem servir de alerta para o prefeito José Luiz Antunes (DEM), que deverá indicar, nas eleições municipais de 2012, o nome do vice-prefeito Matheus Neto (DEM) como seu sucessor. Enquanto alguns se preocupam em descobrir e discutir, quem seria o provável vice de Matheus, a população riobonitense deu, nas urnas, nas eleições do último dia 3 de outubro, um recado que deveria ser enxergado com preocupação pelo grupo do prefeito.
Faltando exatamente dois anos para o próximo pleito, o desgaste do governo – fenômeno natural a qualquer administração reeleita – pode ser revertido se os coordenadores de campanha (os grupos políticos sabem o que é isso?) começarem a trabalhar, agora. Tudo indica que o grupo do prefeito José Luiz deveria olhar para um passado recente (2004), quando venceram sem sobressaltos a dupla formada por Anselmo e Norival, indicações da então prefeita Solange Almeida, que carregava o desgaste natural de dois mandatos na chefia do Executivo riobonitense.

Matheus Neto e José Luiz Antunes
Uma análise do desempenho dos nomes indicados pelo prefeito e sua equipe, se comparado com os 16.064 votos que José Luiz recebeu, em 2008, quando foi reeleito para o seu terceiro mandato, revela que a insatisfação popular com a sua administração não é a ideal para quem almeja eleger um sucessor. Dos 42.882 eleitores riobonitenses, compareceram as urnas 35.757, sendo que desse número, apenas 32.088 votos foram válidos.

Federais

Trabalhando com percentuais, vale destacar que a dupla Mandiocão e Matheus, em 2008, foram os preferidos de 46,75% dos riobonitenses (16.064 votos). O deputado federal Alexandre Santos (PMDB), que fez dupla com o vereador Carlos André Barreto de Pina, o Maninho (PPS), foi o quarto federal mais bem votado do município com 594 votos (1,83%).

O deputado federal Chico Dangelo (PT), apoiado diretamente pelo prefeito, foi o sexto federal mais bem votado do município com 493 votos (1,52%). Figura na sétima colocação, com 424 votos (1,30%), o deputado federal Neilton Mulin (PR), que era apoiado pelo vice-prefeito.

Já o ex-secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes (PP), apoiado pelo grupo da secretária de Meio Ambiente, Carmem Mota, ficou em nono lugar na preferência do riobonitense com 379 votos (1,16%). Juntos, os três deputados alcançaram 1.296 votos (3,98%). Ou seja, cerca de 92% do eleitorado da dupla Mandiocão/Matheus preferiu votar em outros nomes.

Solange se firma                                                

Solange Almeida

A deputada federal Solange Almeida (PMDB), virtual candidata ao Executivo em 2012, apesar do conturbado mandato no Congresso Nacional (enfrentou processo de cassação) e de ter conseguido, para Rio Bonito, apenas R$ 1,2 milhão para o Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV), é a campeã, em Rio Bonito, entre os candidatos federais, com 19.950 votos (58,85%). Apesar de ter menos votos, se compararmos com 2006, quando ela obteve a preferência de 20.586 riobonitenses, Solange mostrou que continua sendo uma liderança muito forte.
O segundo federal mais votado, o ex-governador Anthony Garotinho (PR), que tem boa presença junto ao eleitorado de Solange, alcançou 897 votos (2,76%). Na terceira colocação aparece o irmão do prefeito de Macaé, Adrian Mussi (PMDB), que apesar de ser desconhecido em Rio Bonito, com o apoio do deputado estadual Marcos Abrahão (PT do B), alcançou 707 votos (2,17%). Analistas políticos afirmam que os votos riobonitense para Adrian foram abaixo do esperado, mas argumentam que os federais apoiados pelo governo tiveram menor votação que candidato indicado por Abrahão.     

Estaduais

A análise dos candidatos a deputado estadual também apresenta números preocupantes. O vereador Maninho, líder do governo no parlamento municipal, apesar de ser o terceiro colocado no ranque dos estaduais, alcançou ínfimos 1.554 votos (4.75%). Já o ex-prefeito de Itaboraí, Cosme Salles (PMDB), que além de representantes do governo contava com o apoio de vários outros cabos eleitorais, entre vereadores, empresários e políticos sem mandato, obteve pífios 1.314 votos (4,02%).
Juntos, os dois candidatos alcançaram 2.868 votos (8,77%). Ou seja, dos 16.064 votos de Mandiocão e Matheus, em 2008, a maior parte, 82%, preferiu votar em nomes diferentes daqueles que foram indicados pela dupla.

Abrahão se fortalece

Marcos Abrahão
O deputado estadual Marcos Abrahão, também virtual candidato em 2012, conseguiu alcançar a maior votação da sua história política em Rio Bonito. Ele foi campeão entre os candidatos à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) com 15.004 votos (45,87%). Já o também estadual Paulo Melo (PMDB), que em 2006, alcançou, em Rio Bonito, 6.254 votos, apesar de ter feito dobradinha com a deputada Solange Almeida, e ter contado com o apoio de vereadores, obteve apenas 2.237 votos (6,84%), contabilizando uma perda de 4.017 votos do eleitorado riobonitense (64,24%).
Ao conquistar o seu terceiro mandato para a Alerj, o deputado Marcos Abrahão se fortalece significativamente, porque ampliou os seus votos em cerca de 40%, ao subir de 9.924 votos, em 2006, para 15.004 em 2010. Abrahão conquistou 5.080 novos eleitores, número maior que os votos que obteve para prefeito em 2008, quando foi o preferido de apenas 5.040 riobonitenses.

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