Flávio Azevedo
Muitos desafios e muito trabalho é o que espera a nova secretária de Educação de Silva Jardim, Vilma Sodré Melo. |
Manter as estratégias de erradicação do analfabetismo, dar continuidade a valorização e qualificação dos profissionais de Educação, fortalecer o transporte escolar e ampliar os programas de combate ao ‘analfabetismo funcional’ e ‘correção de fluxo’, esses são os principais desafios da secretária municipal de Educação e Cultura de Silva Jardim, Vilma Sodré Melo, que assumiu a pasta no início do mês de abril. Ela substitui o vice-prefeito Fernando Augusto Bastos, que se afastou da Secretaria por conta da disputa eleitoral.
A secretária recebeu a nossa reportagem em seu gabinete na tarde do último dia 20 abril, quando falou sobre os seus planos, a responsabilidade de gerenciar a Educação silvajardinense e relembrou a sua trajetória como educadora. Ela comentou o início como professora substituta na Escola Municipal Marechal Castelo Branco, em Vargem Grande; as experiências adquiridas na Escola Municipal Fidelis Alves Santiago (atual Omar Alfradique); e se emocionou ao lembrar os tempos de estudante, quando tinha que sair de Imbaú ainda de madrugada para estudar em Rio Bonito.
– Num tempo que não existia Transporte Escolar, nós tínhamos que sair 5h30min de casa para chegarmos 7h30min no Colégio Rio Bonito. Se o ônibus atrasasse não podíamos entrar. Depois que comecei a dar aula, nós dependíamos de carona, da boa vontade das pessoas e dormíamos no local da escola. Só retornávamos para casa nos fins de semana – conta Vilma.
A história de superação da secretária serve como motivação para que ela valorize os seus colegas que estão em sala de aula. “O prefeito Marcello Zelão se preocupa bastante com a Educação e no meu dia-a-dia eu uso uma máxima que aprendi com ele: “não se cuida dos procedimentos sem cuidarmos das pessoas”. Ou seja, nós estamos aqui para fazer o nosso melhor”, comenta a secretária, acrescentando que “se todas as estratégias traçadas para a Educação forem alcançadas, a população de Silva Jardim dará um salto considerável”.
"Silva Jardim é um município de grandes diferenças que devem ser respeitadas e trabalhadas a nosso favor", diz a secretária. |
Embora Silva Jardim tenha uma área urbana pequena, a sua extensão territorial – grande parte dela Zona Rural – é extensa. A secretária destaca que a Prefeitura tem que ter sensibilidade para essa questão. “Temos cinquenta veículos transportando alunos, alguns transportam profissionais de Educação e o nosso objetivo é oferecer o melhor aos cerca de 5 mil alunos da rede municipal que tem as suas diferenças e características que devem ser respeitadas”. Para isso a Secretaria desenvolve a Formação Continuada, onde os professores conseguem perceber a complexidade do município e os seus desafios.
– Educação infantil, Educação para Jovens e Adultos, Educação Especial, informática, entre outras coisas. Essa é a razão de você colocar um Lap Top na mão do aluno, porque em casa ele divide as suas experiências educativas com a família, que deixa de ser excluída. Eu classifico esse ganho como cidadania. O aprendizado acontecerá em rede, a partir do momento que pais e filhos estiverem usando essa ferramenta (os Lap Tops) em conjunto – pondera.
A distorção da idade dos alunos em sala de aula é um dos desafios que, segundo a secretária, o município vem trabalhando com afinco. Ela destaca ser uma situação preocupante, porque os próprios alunos ficam constrangidos com o fato de estarem matriculados numa turma formada, em sua maioria, por crianças. “Os efeitos dessa distorção se manifestam de várias maneiras. Imagina um menino de 16 anos, numa sala de alunos com idade entre nove e 10 anos. As histórias de agressividade surgem dessa diferença de faixa etária. Alguns são bem francos e dizem que estão abandonando os estudos porque não é possível ficar numa sala cheia de crianças”.
A secretária comenta que uma das alternativas para combater a distorção da idade entre os alunos e manter os adolescentes em sala de aula foi implantar o Ensino de Jovens e Adultos (EJA) no período diurno. Outra situação que envolve o EJA é a questão religiosa. Segundo Vilma, em algumas localidades, no dia de culto, os alunos não comparecem as aulas porque tem compromisso na igreja. “Não adianta lutar contra a fé das pessoas. Sendo assim, nós procuramos saber os dias de culto e nesse dia não temos aula. Dessa forma nós conseguimos manter o interesse e a presença dos estudantes”, conclui.
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