Flávio Azevedo
Milhares de operários estão em greve |
Milhares de operários dos consórcios que operam no Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) se reuniram na manhã dessa quinta-feira (19), em Venda das Pedras – Itaboraí (início da RJ – 116), para anunciar que vão permanecer de braços cruzados pelo menos até a próxima terça-feira (24/04). Com discursos inflamados e com seguidos pedidos de que a categoria resista a pressão da classe patronal, os líderes sindicais encorajavam a resistência dos operários.
– Não é possível que um caldeireiro, um maçariqueiro, um soldador e tantos outros sejam remunerados da forma como tem sido. O Comperj pratica o pior salário do Brasil para a categoria e isso precisa mudar. Vamos manter a greve e queremos receber os dias que estamos parados... Não abrimos disso! – disse um dos líderes sindicais.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção em São Gonçalo, Itaboraí e Região (Sinticom), Manoel Vaz, a falta de posicionamento dos consórcios fizeram com que a paralisação fosse mantida. “Eles me conhecem e sabem que eu não abro mão dos nossos direitos. Ou eles atendem as nossas exigências ou nós continuaremos de braços cruzados”, afirma Manoel, acrescentando que caso o problema não se resolva na próxima semana, “a greve vai atravessar a Baia de Guanabara e vamos fazer barulho em frente a sede da Petrobras e diante do palácio do governador”.
Outro líder sindical acrescentou que a categoria deve manter a resistência, “porque se eles (os consórcios) têm o capital, a força de trabalho é nossa! Não vamos abrir mão disso!”. Durante a sua fala, o líder sindical lembrou que os consórcios têm contratos e prazos para a entrega das obras e a paralisação vai dar prejuízos. “Se nós estamos sendo mal remunerados e estamos sentindo no bolso, eles também vão sentir, porque se não entregarem as obras nos prazos irão pagar pesadas multas a Petrobras”, disparou.
Reivindicações
Até a próxima terça-feira (24/04), a parlização está mantida. |
A greve foi iniciada no último dia 9 de abril e continua forte, com adesão de 100% do efetivo. A base, composta por 15 mil trabalhadores, continua determinada e, até o momento, a patronal não apresentou nova proposta.
Esses trabalhadores, que estão em data base, reivindicam 12% de reajuste salarial, acréscimo e valorização de funções; pagamento de horas “in itinere”, reajuste do tíquete alimentação, devolução dos descontos dos dias de greve realizados durante o mês de fevereiro, bem como a garantia de que nenhum desconto será efetuado durante a atual greve, garantia de emprego para todos, em especial da comissão de base ainda a reintegração dos demitidos no processo grevista, entre outras demandas.
Essa é a primeira refinaria do Comperj, que vai processar 165 mil barris diários de petróleo. Até o momento, a paralisação ainda não coloca em risco o cronograma das obras.
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